da Associated Press, em Chattanooga
Alonzo Heyward carregava um rifle nos arredores de sua casa em Chattanooga, no Tennessee (EUA), ameaçando se matar e ignorando os pedidos de familiares e amigos por horas até que a polícia chegou. Atendendo a chamado de vizinhos, seis policiais cercaram Heyward, tentaram desarmá-lo e, sem sucesso, atiraram 59 vezes.
O legista encontrou nada menos que 43 balas em seu peito, rosto, braços e pernas em um caso que a porta-voz da polícia local Jerri Weary descreveu como "suicídio pela polícia".
O pai de Heyward afirma que o filho, morto em 18 de julho passado, afirmou aos policiais que não pretendia machucar ninguém. Ele carregava um rifle Magnum.44 que, ocasionalmente, apontava para a própria bochecha.
A polícia argumenta que ele era um risco a outros e ameaçou os seis policiais que responderam ao chamado dos vizinhos às 4h sobre três homens que brigavam por uma arma. Os policiais tentaram então desarmar Heyward com uma arma de choque e apenas atiraram quando se sentiram ameaçados pelos movimentos do homem.
Um vídeo gravado pela câmera no carro policial indica que os 59 tiros foram disparados em 30 segundos. Os policiais estavam armados com pistolas calibre 45, alguns deles chegaram a recarregar.
O caso, divulgado nesta quarta-feira pela imprensa local, virou debate na cidade. A família de Heyward e líderes de direitos civis culpam os agentes por abuso de força e citam um possível caso de racismo já que Heyward, 32, funcionário de uma empresa de mudanças, era negro e os seis policiais, brancos.
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Segundo Weary, os seis agentes foram colocados temporariamente em licença administrativa, mas já retornaram ao trabalho.
Um editorial do jornal local "Times Free Press" questiona se o caso não foi de força excessiva pelo número de tiros. O pai de Heyward, James Marine, 61, diz não acreditar que ele queria se suicidar ou mesmo ser morto pela polícia em algum tipo de provocação.
"Ele apenas precisava de alguém com quem conversar", disse Marine. "Eu acredito que ele estava deprimido."
O Escritório de Investigação de Tennessee abriu uma investigação sobre o caso. As autoridades federais e locais aguardam o relatório antes de fazer seus próprios exames sobre o caso.
Fonte: Folha de S.Paulo : http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u611977.shtml
